Horsemanship

Por Aluisio Marins

Há uma imensa, gigantesca confusão com o termo, ainda mais agora com “encantadores” pelo Brasil vendendo ideias poéticas e até mesmo engraçadas sobre isto. Horsemanship não tem uma tradução exata, como palavra, para o Português. Isto porque é a junção de 3 palavras: Cavalo (horse), Ser Humano (man), relacionamento (ship – que vem de relationship). Outra coisa importante – não se pode, de maneira alguma – seja pela língua portuguesa ou inglesa, SER um horsemanship, como tenho visto em revistas, textos como “... o horsemanship fulano de tal...”, ou “...o encantador de cavalos sicrano de tal...”. Então, vamos aqui, novamente, lembrar a todos sobre Horsemanship, encantadores de cavalos e afins...

Horsemanship não é uma técnica de trabalho, mas sim a forma como uma pessoa se relaciona com seu cavalo. Não é um sistema, um método. São as responsabilidades que uma pessoa assume ao comprar, ganhar, ter um cavalo. É a forma como a pessoa coloca a vida do seu cavalo para ser vivida. Não tem nada a ver com doma racional, por exemplo. Não se doma pelo horsemanship ou pelo não horsemanship... se doma com um bom horsemanship ou com um horsemanship fraco. Não se monta pelo sistema horsemanship. Horsemanship é tudo, absolutamente tudo o que uma pessoa faz para a vida do seu cavalo ser vivida – também não tem nada a ver com qualidade da vida. Um cavalo que tem uma vida ruim tem um dono com um horsemanshuip horrível! Assim, todos que mexem com cavalos praticam o tal Horsemanship – a questão é – como é o seu horsemanship? Encantadores de cavalos – em minha opinião não existem nem nunca vão existir. Não é um dom de somente algumas pessoas. Talvez uns com mais talento, outros com menos, mas é fato que fazer o cavalo sair andando atrás da pessoa no redondel é somente uma partícula muito pequena deste relacionamento. Montar em x minutos, horas, etc., nada tem a ver com domar o cavalo. Vejo muita gente se gabando que montou em 1 hora no potro, que consertou (como se fosse um computador ou relógio) o cavalo em 40 minutos. Faço isto também em demonstrações Brasil afora, mas nunca como um super poderoso que cria uma conexão “extra sensorial” com o potro que estou mexendo. Não podemos misturar as coisas, e encenarmos situações emotivas com técnicas de relacionamento. Apenas estudo muito o comportamento, monto há mais de 30 anos e, através deste estudo e desta experiência prática, faço uma leitura do cavalo, para então fazer-me ser entendido e entrar em acordo com ele pela confiança, respeito e principalmente segurança, minha e dele. Sem pressão de tempo, de espaço, de mídia ou mesmo de equipamentos congelados, que são comercializados como os corretos para o horsemanship... e aí começa tudo de novo...

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