Um Cavalo que é você

Por Aluisio Marins

 

Domar um cavalo é, acima de tudo, domar você mesmo. Pode parecer estranho, mas um cavalo faz o que você quer que ele faça não somente por motivos técnicos e mecânicos, mas principalmente pela forma como ele aprende as coisas. Um cavalo aprende tudo pela repetição, habituação. Um cavalo aprende de verdade pela forma como as pessoas colocam as ideias sugeridas. Sempre falamos que paciência, persistência e consistência são fundamentais para o sucesso na doma. Juntam-se a estas três a calma, a leveza das mãos, a suavidade no cabo de um cabresto ou rédea, a entrada calma com as pernas. Tudo isto demanda de uma sensibilidade muito grande e apurada do domador.

Pense, por exemplo que um potro vai ser calmo se você for calmo. Vai ser detalhista se você for detalhista, vai se confiante se você tiver conhecimento pleno do que está ensinando. Um potro vai ser firme sem ser bruto se você for firme sem ser bruto. E por aí adiante, indo pelos caminhos que nos levam a ensinar, educar, e nunca somente querer que o potro faça as coisas que queremos. Existe uma diferença entre fazer e aprender a fazer. Ele pode até fazer o que você quer, mas ele realmente aprendeu a fazer o que você quer? Existe uma diferença grande nisso. Vemos isto por exemplo no embarque em trailers. Colocar um cavalo dentro do trailer por uma vez não é o problema talvez. Mas, colocar o cavalo no trailer todas as vezes que você quer, com a consistência de todas as vezes serem iguais, aí sim estamos falando em ensinar e aprender.

Por fim, ao domarmos um potro, estamos mesmo domando a nós mesmos! Pense sempre que seu potro vai ser um potro que refletirá o que você é. Pessoas nervosas fazem potros nervosos, pessoas estabanadas terão potros estabanados e assim por diante. Antes de começar qualquer sessão, programe-se e lembre-se que tudo o que você sentir e fizer será absorvido pelo seu potro.

 

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Carlos BastosComment